Gente! Fragmentos, textos e coisas sem sentido e de sentido único pra mim agora no facebook!
Para ler a vida
PARA LER A VIDA
25 de maio de 2012
30 de abril de 2012
Baobá
Não há uma razão, um significado ou motivo. Eu procuro na gaveta aberta e arrumada e não encontro. Olho para a tela em branco e não vejo. Meu caminho está torto? Meu sonho está acordado? E não adianta o banco na praça, o barco no lago, o vermelho do semáforo. A saudade do que não vivi pede urgência. Pede noites em branco, debaixo da colcha. Minha pressa é do tamanho da minha espera. É defeito? Tá quebrado? Mesmo se paro o relógio, paro o tempo, ela abre a porta e invade meu sol, tira meu ar, me joga no chão de Neruda. Como não viver, não pedir, não acreditar, de novo? Eu me desarmo, tiro as pedras, pago meus pegados, planto meu Baobá e não há nada que mude, que transporte, que dê força ou tranquilidade. Um mesmo caminho para uma nova busca. Qual a rota pra fazer dar certo? Não há uma bula, receita. É sempre um risco. Vale a pena? Só para quem tem a alma de um gigante! A minha? Cabe na palma da minha mão mas não passa pela porta.
*Baobá: é uma árvore originária da África e considerada sagrada. Representa a longevidade pois chega a viver até 5 mil anos. Representa força e tranquilidade. Seu tronco pode chegar a medir 20 metros de circunferência. Sabe onde encontra-lo? Em “O Pequeno Príncipe”, de Saint-Exupéry.
25 de abril de 2012
Suspiro
Eu bato a porta de leve. Depois que entro, turbilhão. Nada de pisar manso. É no intenso que a vida vibra. E não respiro. Falta de treino, de tato. O ar prende para prender o resto. Pra não escapar nada. Segurar para dentro. Mesmo que venha da boca pra fora, eu falo, escuto, vivo e seguro. E tento. Tento o calmo, o doce, o vento e o barco. Mas não consigo. Quero o sempre, o eterno, o juramento. Mas quero hoje. O futuro? Nem em sonho. Se respiro agora? Não consigo, só suspiro. Prefiro o coração no acelerado!
8 de abril de 2012
Abril
Eu, que quero me apaixonar bem devagar
Sentir bem de mansinho
Querer mais um pouquinho
Sonhar bem de levinho
Aprendo a regar meu jardim
a transformar inquietudes em brisa
e a esperar, sem esperar,
enquanto nasce o mês de abril!
23 de março de 2012
apenas sigo
Eu pago um preço por acreditar. Não é a ilusão. Não é a esperança. Nem espero. É ter a alma leve, o coração aberto e os olhos cerrados. É o preço que se paga por viver. De entrega, de calma, de brisa. Quem disse que seria fácil? Quem provou que seria doce? Mas é inteiro. Não empresto, não divido, mas o que sobra, o que transborda, isso eu dou de graça. Não é justo ter só comigo. Meu sorriso é manso. Meu olhar atento. Mas passa, e eu nem percebo. É muito desse universo. E não é ilusão. Não é esperança. Nem espero. É seguir em frente. No que acredito? Na eternidade de um dia apenas. Numa conversa a toa. Se eu mereço? Só o céu me responde. Da nuvem alta que habito agora, dos pés cravados no chão da vida. Eu sonho, abro a porta e não procuro. O que planto, um dia brota. A bondade que trago dentro, me faz crença que amanhã cedo tenho tudo de novo. E nem espero, apenas sigo.
15 de março de 2012
sou inteira
Sou palavra solta. Verbo de fechar os olhos. Estrela cadente que aponta no alto. Sou passaporte, entrada e saída. Tenho insônia, sonhos e dias perfeitos. Sou a felicidade que habita as vagas horas. Sou sinal verde para acreditar de novo. De novo, sou o relógio que pára o tempo. Sou espera perfeita, da busca do nada. Sou horizonte e vertigem. Tenho medo, paixão e folhas em branco. Sou sem rima, sem poesia. Sou fogo, brasa e nuvem. Sou esperança, dia novo e café forte. Sou estrada na minha viagem. Sou castelo, casa na praia e na árvore. Tenho mãos pálidas, rosto que queima e olhos que ascendem. Sou livro aberto, tiro certo. Sou constante, sou instante da eternidade. Sou a calçada, a brisa e o temporal. E sou inteira, na metade do que sei. Sou quem vai, sem volta. Vem comigo?
6 de março de 2012
Duas verdades
Tem um preço. Assusta quem leva, corroí quem tem. É o preço da incompreensão. A verdade tem seu dono, sua razão insensata. Tem seu lado negro, sua face doce. Tem duas vias. Tem a minha e tem a sua. Tem crueldade e leveza. Tem misto de compaixão e egoísmo. Ser verdadeiro é se transportar para um mar revolto que corre sem volta. Uma corrida incansável de busca. Que lava por dentro e por fora. Quem despenca da verdade absoluta, encontra respostas cruas. Mas se encontra de verdade. Um mundo de mentira é caminho fácil para quem quer encosto. Descanso tolo sem recompensa. Eu tenho a minha e ela tem um preço. Mas pago pra ver. Tem troco? Pode levar. Pago o que for.
22 de fevereiro de 2012
lentitude
Me prenda no breve espaço do instante insignificante do nada. Me solte pela ladeira, correnteza certa de tiro livre para o sempre. Me prove do amargo ao doce que tenho e solto a cada poro aberto pelo toque áspero do sol. Me entenda do mistério que me basta e que me faz olhar distante do seu olhar de sempre. Me envolva do quente chão ao salgado da rede que o vento sopra. Me transporte para o universo de templos desconhecidos de olhos desvendados que fitam e seguram a brevidade do sagrado contemplo. Me sacie da sede que é fome de inconstância e de sentar sob o céu que escorrega lento no horizonte. Meu dia segue do avesso, de encontro e contra o que tudo sinto e carrego, de fardo leve e abafado, a um chão de estrelas cadentes. Meu tempo segue parado, estátua de mármore de uma só virtude que me habita sempre: lentitude.
22 de janeiro de 2012
meu tempo
O tempo é relativo. Cada relógio tem seu compasso. Seu passo lento, seu passo apressado. Na pressa de encontrar um tempo certo, nos perdemos em nossa própria busca. O tempo está presente em cada palavra, cada promessa. É o mesmo que desperta, que impulsiona, que apaixona e vai embora. É o mesmo que se pede, quando se quer calma. É o mesmo que se dá, quando se quer tudo. O tempo tem a temperatura exata para aquecer, para esfriar, para levantar e se fazer um novo tempo. Tempo vadio, tempo sábio, templo da alma. O tempo não entende, não sente, mas é crente de que uma hora passa. Passa o tempo e vem de novo a graça, a espera, o encontro. Meu encontro é no meu tempo certo. Tempo exato que mora dentro. Tempo de perdoar, de seguir, de esquecer e de lembrar. Tempo de começar de novo.
19 de janeiro de 2012
Conto de fadas?
Você mal sabe pronunciar seu nome e lá vem sua mãe contando estorinhas pra dormir. A intenção é boa mas, é aqui que todo nosso problema começa. Os nomes são muito estranhos: Branca de Neve, Cindelera, Rapunzel. Fala sério? Tem alguma amiga sua com esse nome? Pelo menos nesse quesito nossas benditas mães tiveram bom senso. Dai, lá vem: o príncipe montado em um cavalo branco, com uma espada para te defender da bruxa má (não! Não vou dizer que podiam até ser as nossas próprias sogras porque eu tive a sorte de ter sogrinhas maravilhosas! Mas também né? Com uma nora espetacular como eu...). O príncipe é o mais bonito, tem olhos azuis (já reparou que nenhum príncipe é negro? Não nessas estórias). Engraçado que minha mãe, pelo menos, nunca me dizia se esse ou aquele príncipe era inteligente. Os dotes físicos valiam mais. A estória sempre tinha um final feliz. Bingo! Mal sabe a nossa boa mãezinha o mal que nos fez. Plantou a sementinha de que quando pintar o primeiro cara bonito e legal, seremos felizes para sempre. E quando você se apaixona pela primeira vez? “Mãe! Você não está entendendo! ESSE é o grande amor da minha vida. Eu NUNCA MAIS vou amar alguém assim”! Pronto! Viramos motivo de piada. Mas, gente! Ele não é o tal príncipe? Te deu o primeiro beijo, você jura que vai casar virgem com ele e a sua mãe ri da sua cara e ainda tem a ousadia de dizer que esse não será o primeiro e nem o último? “Oi, mãe? E o lance de casar virgem?”. Enfim. O grande amor da sua vida, no auge dos seus 14 anos, não dura mais que um verão. Ele acaba trocando olhares com uma outra garotinha sem peito, sem bunda e sem sal (eu também não tinha nem peito, nem bunda – aliás, naquela época, você, nessa idade, tinha? Acho que não. Talvez por isso a lei de Darwin tenha alterado as coisas – já sabia que a seleção masculina iria se atender a esses dois detalhes!). As aulas retornam e você arrasada porque o garoto do primeiro beijo nem olha mais para sua cara. Esconde seu rosto nos livros e torce para que nenhum outro ser veja a tristeza estampada nos seus olhos. E é com o rosto escondido num livro que um nerd te acha interessante. Vem e comenta sobre esse tal livro que você na verdade nem tava lendo. Dai você percebe que o príncipe encantado pode estar escondido atrás daqueles óculos fundo de garrafa e aquele bando de espinha no rosto. (Eca! Só vou beijar na boca, porque beijar no rosto, tá dose!). Você embarca num outro livro e num outro e num outro. E vira a sensação nerd do pedaço. Os garotos inteligentes estão aos seus pés e os bonitos, desprovidos de neurônio, também! (Aráaa! Tá vendo só? É aquela tal teoria de que quando você está acompanhada, todos os homens te percebem! Eles pensam: “ow! A mina deve ser massa, hein?”). Se você teve a sorte de nascer com os olhos claros (como euzinha!), maravilha. Se você teve a mega sorte de não engordar um grama mesmo comendo qualquer tipo de carboidrato, vá por mim: nasceu virada pra lua, gata! Eu confesso: me acho linda mesmo! Tenho celulite há anos, estrias que eu crio com carinho, uma barriga fofa, mas aquela bruxa lá do espelho da Branca de Neve, certeza que ela morre de inveja da minha beleza. (sorte mesmo, vai por mim, é ter amor próprio, baby! Ame-se, acima de tudo e você já tem meio caminho andando para viver um grande amor!). Voltando a turminha nerd... você vira uma devoradora de livros. Leu todos e aos 18 anos é praticamente uma analista social das grandes mazelas humanas e das grandes paixões que movem o universo. Jura que entende os questionamentos de Nietzsche, leu “As flores do mal”, de Baudelaire, de cabo a rabo, sente o amor profundo e dilacerado de Vinicius, Neruda e se encanta com a poesia sem rima, sem lógica mas repleta de significados de Jorge Luis Borges. Mas você se pega pensando naquele príncipe encantado, subindo a masmorra e te salvando, lá em cima. E você jura que se você for inteligente, vai ser mais esperta pra conquistá-lo, afinal de contas, ta cheio de princesinha por ai, bronzeada de sol e que, ao invés de ficar com a bunda sentada na biblioteca, passava horas malhando a.. adivinha? E acredita, seriamente, que a inteligência vai ser uma grande vantagem competitiva. Dai, vem sua mãe, frustrada porque passou a vida inteira cuidando dos filhos, sem trabalhar fora e começa a botar pilha: “minha filha, voce precisa ser independente. E você olha para as revistas (não! As de fofoca, nunca! Você lê Caros Amigos, Cult , Info, Você SA e até arrisca ver Vogue) e percebe que sua mãe ta coberta de razão (até que enfim, hein, mãe?). Meta aos 23? Seu próprio carro, dar entrada naquele apê e ainda sobrar um trocado pra Heineken da balada (mas só balada Cult, porque você tem conteúdo, não quer nem dar de cara com uma Patty!). Pronto: você é inteligente, independente , bonita (linda, para quem tem o amor próprio bem resolvido). Gente! Se é verdade que ta faltando homem no mercado, qual é o problema? Eu ganho a parada fácil, fácil. E aparece outro nerd, o cara lindo que jura que conhece alguma amiga de uma amiga sua pra chegar junto, o poeta, com dúzias de flores e poemas, todas as manhãs, o professor da facul ou da pós que você acha mesmo, de verdade, que ele tambem leu tudo o que Leminsky escreveu, ou aquele cara que busca a simplicidade das pequenas coisas (você, que queria coisas grandiosas, até abaixa um pouco pra ver se a joaninha, na grama é realmente tão singela), e vem outro, outro. E você percebe que sua mãe tava errada de novo. (opa, calma! Mãe não se xinga! ). Mas nem tudo está perdido. Se você é tão inteligente assim, cola em mim, nesse momento: baby! Vamos lá. Roteiro e script na mão! Claquete! Basta fingir! É fácil! Finja que você não é tão inteligente assim. Se o cara te chamar pra ver o filme do Almodovar, pode parar! Nada de listar todos aqueles filmes surreais que você simplesmente amou. Soletre o nome dele de forma errada. Tipo: Almodováaar? Chamou pra ver Missão Impossivel 9, diga: Claro, o Tom é lindo demaaaaais! Decore todos os cantores da moda: High School Music, Justin Biber, e.. ai gente, pesquisa ai no Google porque eu não sei direito nem como escreve isso! E nada, nada de cantar a musiquinha no inglês perfeito! Cante errado e jure que os 6 anos de inglês não te serviram pra sacar que esses caras não cantam nada. Porque cantar música que adolescente curte? Vai por mim! Faz cara de doce menina ingênua. Os homens adoram. E nunca, nunca mesmo diga que você está fazendo pós, que quer fazer mestrado, que tem seu próprio carro e que paga, com dinheiro bem suado, a prestação do seu apartamento.Tá gostando do cara? Acha que esse vale a pena? Nada de bancar a sincera e verdadeira e falar de cara que ta gostando. Burras não gostam, elas ficam. Inteligência, atitude, maturidade e intensidade assustam! Pronto. Vai ter uma noite incrível! E pode ate namorar o cara por meses a fio. Vai ser feliz? Vai amar o cara de verdade? Baby, você já está acompanhada. Não ta sozinha. Quer mais que isso? Fala serio! E depois de tanto treinar a ser fútil não lembro mais onde foi que eu li que o que mais importa nessa vida é o valor que você tem, isso que você tem ai dentro e que você não deve jogar fora, por nenhum carinha qualquer. Ih, lascou! Foi num livro de auto-ajuda? Não creio! Minha inteligência, meu auto-controle e minha confiança ficaram onde? Dá tempo de recuperar? Claro! Vai por mim! E mesmo que você não acredite num grande amor da sua vida, ele vai aparecer e vai amar cada detalhe que você traçou, viveu, chorou, sentiu. Cada fora que você levou e deu. Cada beijo intenso e único que você entregou. Cada verbo que você rasgou. Esse, sim. Esse homem, vale a pena!
18 de janeiro de 2012
Passo!
Então, combinamos! Não me cobre as horas que o seu relógio não conta. Nem me faça repetir meu discurso descrente, do que nem eu mesma sei se acredito, de novo e de novo. Perca-se antes de tentar me compreender. Não sou bula, nem receita, nem dou brinde ou cortesia. O que tenho é raro e raramente chega inteiro. Me poupe da sua espera: não sou foto ou jornal velho. Sou folha nova que se inventa. Tente. Me escreva, a cada linha, mas não me traduza. Não sou algo que preste, nem presto atenção ao que eles dizem, nem pra música que tem isso na letra. Quer uma dica? Eu não fico, passo. Eu não durmo, alinho. E a cada dia, renovo tudo. Sentir a mesma coisa é viver parado. Quero uma emoção nova a cada dia, mesmo que seja a mesma, mesmo que se repita, vestida de novo, de pano, de fita. É só do brilho que me alimento. Decida. Se não vem comigo, próximo!
28 de dezembro de 2011
Gosto
de calma
de pressa
depressa
de doce
te transporto
de leve
de canto
te seguro
de onda
de quero
te carrego
no colo
de solo
te canto
te acalmo
de seguro
depressa
me faz
de sublime
de subida
te encontro
do gosto
de sempre
te espero
de pressa
depressa
de doce
te transporto
de leve
de canto
te seguro
de onda
de quero
te carrego
no colo
de solo
te canto
te acalmo
de seguro
depressa
me faz
de sublime
de subida
te encontro
do gosto
de sempre
te espero
meias mentiras
O único mistério que gosto é de tentar desvendar o gosto da sua boca. O resto? Jogue no cesto, dispenso. Mistério, mentira, flerte do acaso com o destino, de quem se esconde atrás da porta e olha pela fresta, com medo. Atente-se. Arrisque uma verdade que me basta.
sem parar a queda
Quem se joga da janela, se abre para um universo novo de sentir. Quem se arrisca no abismo, descobre um novo olhar sobre o horizonte. De baixo da chuva, as gotas me deixam leve, me levam pra longe. Da medo sim, mas tenho sete vidas e cada uma delas precisa ser intensa, forte e única. Me tira o chão sim, me joga lá pro céu, sem pára-quedas, em queda livre. Se morre? Nunca. Amor de menos é que mata.
23 de dezembro de 2011
Crônicas de Pedro - 31
Pedro passa por aqui quando acordo e me cobra as folhas amareladas na gaveta. São ásperas e abafadas, mas são a razão de seguir que ele precisa para a despedida. São folhas do meu passado, onde Pedro virou pedra. Ele espera. Ele vai e não volta, mesmo quando peço. Só passa. Segue no desalinho, perdido, mesmo quando encontrado. Seu rosto tem a marca da bebida amarga e das palavras não ditas. Palavras (mal) ditas que desaceleram seu compasso. De passo lento, sai pela porta, mas me cobra de novo. Eu não tenho mais o passo de Pedro. Não quero o meio-termo. Quero que ele siga, mas que volte, hora ou outra, ora triste, ora inteiro. É dele que me faz a tela branca que aguarda uma nova pintura. É nele que me escondo quando a fé não move a montanha. Deixo Pedro ir embora para baixo do meu travesseiro e o adormeço com palavras soltas. Dorme quieto e não me acorda.
22 de dezembro de 2011
É o som que me transporta porta dentro. Que me tira do chão e me derruba pro ar. Do som doce e apertado do beijo que marca. Que tira e devolve o ar. Que arrepia, que sente, que entende, que espera. Da espera que vivo dentro do minuto. Que entrego ao tempo, do momento certo, do ponteiro exato, do portão fechado e do olhar aberto, atento. Meu hoje é pequeno porque meu ontem foi intenso. Meu agora é tudo e me basta.
21 de dezembro de 2011
23 de novembro de 2011
da saudade
É fato
É ponto
É dorso
É norte
É seco
É tudo
É oposto
É deposto
De gosto
De fato
De noite
Te prendo
De fato
Te solto
Do gosto
Que é tudo
Deposto
Da mesa posta
De porta fechada
Vá e não volte
É ponto
É dorso
É norte
É seco
É tudo
É oposto
É deposto
De gosto
De fato
De noite
Te prendo
De fato
Te solto
Do gosto
Que é tudo
Deposto
Da mesa posta
De porta fechada
Vá e não volte
22 de novembro de 2011
carta
tem a textura de mão pálidas e calmas
tem um sabor doce, de nuvem, de tempo molhado
tem palavras soltas, com frases exatas,
certas de vontade, de chão, de leito
quem deita as palavras em uma carta
acorda a vida para todos os sentidos
tem um sabor doce, de nuvem, de tempo molhado
tem palavras soltas, com frases exatas,
certas de vontade, de chão, de leito
quem deita as palavras em uma carta
acorda a vida para todos os sentidos
21 de novembro de 2011
não tenho a calmaria de um dia à tarde sentada na varanda
o que tenho são cinzas da noite que queimou intensa
incenso que turva a janela quando olho para dentro
não tenho a brisa que corre na gota da chuva
o que eu quero é a imperfeição da pele marcada
e da palavra seca que me invade
meu calendário é de um dia só
que corre, de pressa se faz
e pára apenas quando as penas do meu travesseiro
avesso ao travesso, me deitam os olhos
nem paciência, nem montanha-russa, nem o morno do meio termo
me construo do novo
de nove pedaços que (re) parto e entrego
não tenho o som, não tenho a música
mas o que tenho dança comigo
no silêncio agitado do meu corpo aberto e trancado
que segura o rio que corre
e estanca a dor e a fome
que me leva, que me lava
não tenho a rima, a poesia decorada
o que tenho sai sem controle, sem conjugação certa, sem avisar
me incomoda a garganta e pronto
eu tenho a inquietude
tenho o infinito das possibilidades
porque carrego o universo dentro de mim.
o que tenho são cinzas da noite que queimou intensa
incenso que turva a janela quando olho para dentro
não tenho a brisa que corre na gota da chuva
o que eu quero é a imperfeição da pele marcada
e da palavra seca que me invade
meu calendário é de um dia só
que corre, de pressa se faz
e pára apenas quando as penas do meu travesseiro
avesso ao travesso, me deitam os olhos
nem paciência, nem montanha-russa, nem o morno do meio termo
me construo do novo
de nove pedaços que (re) parto e entrego
não tenho o som, não tenho a música
mas o que tenho dança comigo
no silêncio agitado do meu corpo aberto e trancado
que segura o rio que corre
e estanca a dor e a fome
que me leva, que me lava
não tenho a rima, a poesia decorada
o que tenho sai sem controle, sem conjugação certa, sem avisar
me incomoda a garganta e pronto
eu tenho a inquietude
tenho o infinito das possibilidades
porque carrego o universo dentro de mim.
3 de novembro de 2011
31 de outubro de 2011
É um gosto de areia que fica na garganta. E não há verbo que se conjugue. O tempo não escuta as preces e a minha pressa se refaz hoje, a cada instante. Pressa de largar para trás e secar o sol que abafa a janela. Nada do que se diga, estanca a dor de lá fora. O passado é teu, somente! Eu? Colho o orvalho de amanhã cedinho e nele (re)encontro o que me esperou ontem. Passou. Não tenho retrovisor e meus olhos saem, não entram mais. O que restou é esquecimento. O que fica é aquilo que corre na vala comum. Pensar é morfina. Jogue-se fora. Comecemos de novo. Prazer, presente!
30 de outubro de 2011
Sem valor
A magia das palavras é aperitivo doce que sacia a alma inquieta. Mas é preciso cuidado. Quando a alma escorre lenta, a razão cai ladeira abaixo. O andar se torna turvo. O olhar se desliga. A atenção se dissipa e então a ironia é tiro certo, mas sem alvo. Em vão. Da maldade, o que se traduz é pálido, sem cor e sem sentido. Não adianta. Espere, observe e absorva. Um tapa na cara de quem perde ou esconde a razão é estupidez desnecessária que diminui, despreza e se perde. Plante uma árvore. E pronto. Deixe lá plantadas suas palavras decoradas e rasgadas de outros poemas. Para um bom entendedor, meio poema basta.
25 de agosto de 2011
16 de agosto de 2011
um desalinho
quando sou, escrevo e penso
que descaminho
que volto sempre
que jogo, que lanço
do laço desfeito
que dessamarra
quando me prende, respira e solta
não desanimo
que verde, azul, céu é sempre rosa
quando mesmo ausente
me segura a ponta
que desde sempre volta
e quando volta
desde quando espero e (des) espero
quando sou, escrevo e penso
que descaminho
que volto sempre
que jogo, que lanço
do laço desfeito
que dessamarra
quando me prende, respira e solta
não desanimo
que verde, azul, céu é sempre rosa
quando mesmo ausente
me segura a ponta
que desde sempre volta
e quando volta
desde quando espero e (des) espero
12 de agosto de 2011
de espera
Ele tem o dom de me acalmar.
Ele fala e tudo vira nuvem.
Seu toque é como uma brisa que me faz esperar de novo.
Quando me abraça, cada poro salta para fora e logo se recolhe para guardá-lo para sempre.
Ele tem a inteligência de um homem maduro e a alegria de uma criança que descobre o mundo.
Seu olhar me traz a paz que preciso.
Seu beijo me desliga, solta e me faz ir para outro mundo.
Ele me esperou em cada esquina.
Ele viveu, sonhou, caiu, se desfez e se fez inteiro para me viver.
Tenho a esperança de que cada segundo sem ele vale a pena.
Porque é dele que tenho minha eternidade.
p.s.: esse texto foi feito em 2011, para quem ainda não veio.
Ele fala e tudo vira nuvem.
Seu toque é como uma brisa que me faz esperar de novo.
Quando me abraça, cada poro salta para fora e logo se recolhe para guardá-lo para sempre.
Ele tem a inteligência de um homem maduro e a alegria de uma criança que descobre o mundo.
Seu olhar me traz a paz que preciso.
Seu beijo me desliga, solta e me faz ir para outro mundo.
Ele me esperou em cada esquina.
Ele viveu, sonhou, caiu, se desfez e se fez inteiro para me viver.
Tenho a esperança de que cada segundo sem ele vale a pena.
Porque é dele que tenho minha eternidade.
p.s.: esse texto foi feito em 2011, para quem ainda não veio.
8 de agosto de 2011
sem pressa
É como uma letargia. O tempo parou e o trânsito passou por mim hoje. O sol subiu tão lento, como quem acorda com preguiça. O som apenas da respiração, entre as mãos. Tudo mais era inaudível. Sem sentido, sem vibração, sem som. Meu corpo parou no tempo e minhas mãos estavam lentas. Nos meus olhos, apenas o estático. Um segundo apenas que me roubou para uma eternidade. E tudo mais segue devagar. Sem pressa.
31 de julho de 2011
Lento
Si quieres un poco de mí
Me deberías esperar
Y caminar a paso lento
Muy lento
Y poco a poco olvidar
El tiempo y su velocidad
Frenar el ritmo, ir muy lento, más lento.
Sé delicado y espera
Dame tiempo para darte
Todo lo que tengo.
Si quieres un poco de mí
Dame paciencia y verás
Será mejor que andar corriendo
Levantar vuelo
Y poco a poco olvidar
El tiempo y su velocidad
Frenar el ritmo, ir muy lento
Cada vez más lento.
Sé delicado y espera
Dame tiempo para darte
Todo lo que tengo.
Si me hablas de amor
Si suavizas mi vida
No estaré más tiempo
Sin saber que siento.
Sé delicado y espera
Dame tiempo para darte
Todo lo que tengo.
Me deberías esperar
Y caminar a paso lento
Muy lento
Y poco a poco olvidar
El tiempo y su velocidad
Frenar el ritmo, ir muy lento, más lento.
Sé delicado y espera
Dame tiempo para darte
Todo lo que tengo.
Si quieres un poco de mí
Dame paciencia y verás
Será mejor que andar corriendo
Levantar vuelo
Y poco a poco olvidar
El tiempo y su velocidad
Frenar el ritmo, ir muy lento
Cada vez más lento.
Sé delicado y espera
Dame tiempo para darte
Todo lo que tengo.
Si me hablas de amor
Si suavizas mi vida
No estaré más tiempo
Sin saber que siento.
Sé delicado y espera
Dame tiempo para darte
Todo lo que tengo.
26 de julho de 2011
sem sentido
O gosto das palavras quentes me acorda
do chão frio da sala me convidam
a passar a noite olhando pela janela
me despertam no meio da noite sem sono
quando saio me visto de palavras frias
de cores calmas, sem cor
quando pisco, saltam pelos olhos
como quem brota da chuva
é o gosto das palavras que são ditas
sem sentido
que me esperam
e me acalmam, trazem o sono
fecho a porta, desligo a luz e acordo
do chão frio da sala me convidam
a passar a noite olhando pela janela
me despertam no meio da noite sem sono
quando saio me visto de palavras frias
de cores calmas, sem cor
quando pisco, saltam pelos olhos
como quem brota da chuva
é o gosto das palavras que são ditas
sem sentido
que me esperam
e me acalmam, trazem o sono
fecho a porta, desligo a luz e acordo
só
não tenho sentido, desses de dicionário
não há palavra que me decifre
nem verbo que me conjugue
sou frase solta, palavras sem rima, sem prosa
mas sou riso, conversa, dilema e espera
sou qualquer palavra
mas não sou nenhuma
sou qualquer coisa que se sinta, mas que não se explica
sou monossílaba
de palavras curtas e soltas
e só
não há palavra que me decifre
nem verbo que me conjugue
sou frase solta, palavras sem rima, sem prosa
mas sou riso, conversa, dilema e espera
sou qualquer palavra
mas não sou nenhuma
sou qualquer coisa que se sinta, mas que não se explica
sou monossílaba
de palavras curtas e soltas
e só
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