8 de junho de 2011

um segundo

de pé na janela
do olho no espelho
do reflexo de fora
vejo a chuva
escorrendo mole
com preguiça
como quem beija
o gosto de nuvem
e saboreia o segundo

a chuva que escorrega
como quem segura
para nao cair
e marca como lesma
a janela que me reflete
que me escorre por dentro
e me fisga no tempo
parado
de um segundo


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