19 de abril de 2010

dorflex

Eu me dei conta que não sei fazer outra coisa. Eu espero. Numa inútil insanidade percebo que o passado ficou trancado na gaveta e quando sonho não sei se a hipnose me traz as lembranças de volta ou se solto meus bichos presos debaixo da cama. E eu tento. Faço um esforço sobrenatural para não esperar. Porque esperar é viver em outra dimensão, entre o sonho e a realidade. Mas eu não sei agora, nesse momento, fazer outra coisa. Tomo um dorflex mastigado amargo e deito. É de propósito. Porque eu sei que as lembranças estão lá, em algum lugar. Só que ninguém me diz onde. Tento o lance da hipnose de novo. Daí vem tudo. Puta merda. Era sonho?

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