25 de maio de 2011

De vírgula

Não vivo de brisa. Vivo do forte intenso gosto de pressa e depressa e de novo. Não quero um porto seguro me solte na larga rua. Do cheiro do gosto perfeito e amargo do sol da janela do carro. Não divago nem ando devagar na hipocrisia da música que prende que rende. Nem sinto também porque não há tempo nem espera de seguir. Nem quero da mão seca um afago. Dispenso. Me pega a palavra solta e me dá uma vírgula. Ponto final eu já tenho.
é um desalinho só

24 de maio de 2011

desapego

É no descompasso do desespero que desapego
Do dissimulado e desiludido dissabor que desacredito
Discernimento do desfavorável que disserta o desalinhado
Já não acredito que desanimo no desafino posto
E me deparo com quem flerta do destino
E desamparado com disritmia segue a disputa
Da discordância do devaneio dissonante
Me dissolvo, me decoro, me devoras, e de costas sigo.

10 de maio de 2011

novo inquilino

decidi que vou morar dentro de mim
faz tempo que sai e nao voltei
ficava ali festando, festando
amar sempre foi uma festa
mas vou morar aqui agora
não é reforma, nem pausa
nem cansaço
é vontade de morar mesmo
de ter uma casa só minha
tirei o tapete da porta
mas logo ele fica limpo
e coloco de volta
por enquando, só eu aqui
nao é solidão também
é vontade de morar mesmo.