22 de julho de 2011

Quando faz morada?

Entrou bem devagar, pelo canto do olho direito. Foi numa noite de frio de repente e eu confesso, estava mesmo esperando. Passava aqui por algumas tardes e pousava sobre a laranjeira. Eu, do alto da torre, fingia que observava a brisa leve, sem cor, sem cheiro e assim seguia forte, sem nada para abalar meu sono. Mas eu olhava, de canto de olho e piscava, para não entrar aqui dentro. Buscava e desviava. E passei a não buscar mais nada. Só pra garantir que quando quisesse entrar pelos olhos, eles estivessem abertos e atentos. E esperei. Li alguns livros, desliguei a janela. O sol se foi e o frio me empurrou para mais outro livro. E quando vi, entrou. Pelo canto do olho. E agora esta aqui, com pequenos movimentos no meu estomago. Batendo asas. Só para me lembrar de ficar de olhos ainda mais abertos, de me vestir de branco e de sorriso e de sonhar, antes de dormir.

Nenhum comentário: