30 de abril de 2012

Baobá


Não há uma razão, um significado ou motivo. Eu procuro na gaveta aberta e arrumada e não encontro. Olho para a tela em branco e não vejo. Meu caminho está torto? Meu sonho está acordado? E não adianta o banco na praça, o barco no lago, o vermelho do semáforo. A saudade do que não vivi pede urgência. Pede noites em branco, debaixo da colcha. Minha pressa  é do tamanho da minha espera. É defeito? Tá quebrado? Mesmo se paro o relógio, paro o tempo, ela abre a porta e invade meu sol, tira meu ar, me joga no chão de Neruda. Como não viver, não pedir, não acreditar, de novo? Eu me desarmo, tiro as pedras, pago meus pegados, planto meu Baobá e não há nada que mude, que transporte, que dê força ou tranquilidade. Um mesmo caminho para uma nova busca. Qual a rota pra fazer dar certo? Não há uma bula, receita. É sempre um risco. Vale a pena? Só para quem tem a alma de um gigante! A minha? Cabe na palma da minha mão mas não passa pela porta.

*Baobá: é uma árvore originária da África e considerada sagrada. Representa a longevidade pois chega a viver até 5 mil anos. Representa força e tranquilidade. Seu tronco pode chegar a medir 20 metros de circunferência. Sabe onde encontra-lo? Em “O Pequeno Príncipe”, de Saint-Exupéry.


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